Penso que o desafio familiar na quarentena está situado em algumas áreas de prioridades na família, que nomeei abaixo:
Amar mais a mãe de meus filhos, como nos ordena Efésios 5:25 – “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela” -, de tal maneira que meus filhos vejam o meu amor por ela no dia a dia.
Alguém retratou da seguinte maneira a relação de um casal com o passar do tempo.
No primeiro ano de casamento: a mulher fica doente… o marido a leva para o hospital e, como a comida não é boa, ele leva comida para ela.
No segundo ano de casamento: a esposa fica doente… e o marido não a leva para o hospital, mas chama o médico.
No terceiro ano do casamento: a mulher fica doente… o marido pede para ela ir descansar.
No quarto ano do casamento: a esposa fica doente… e o marido pede para ela dar comida para as crianças, lavar a louça e depois ir descansar.
Mas como se poderia fazer isso? Fazendo pequenas coisas para ela: participando mais do serviço doméstico, caseiro; consertando as coisas; sussurrando palavras de amor por ela aos ouvidos de meus filhos; planejando mais momentos para estar junto com a esposa.
Divertindo-se muito mais com a família. O Salmo 4:7 afirma – “Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e o vinho” -, isso mesmo, rir mais com os filhos. Oscar Wilde escreveu: “o melhor meio de fazer com que os filhos sejam bons é fazê-los felizes”. Se você não fizer o seu filho feliz, você falhou na sua missão de pai e mãe.
Em Filipenses 4:4 temos que se deve ser os pais mais alegres da face da terra –“Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos” -, isso quer dizer que se pode rir junto com os filhos de coisas realmente engraçadas, que se pode dar risadas de si mesmo, de seus erros, de suas falhas, das tensões da vida. O problema é que os seres humanos levam-se muito a sério. Quando aprende-se a rir em grupo, também aprende-se a amar e trabalhar em grupo. E por fim Provérbios 15:13 vaticina – “O coração alegre aformoseia o rosto”.
Ser um ouvinte mais atento – “Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tiago 1:19). A maioria dos pais acha difícil ouvir. Seja um ouvinte mais atento e você terá mais chance de sucesso na vida familiar.
Seja mais honesto, conforme Filipenses 4:8 – “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” -, e o texto de Filipenses conclui – “Pensar para fazer”. Então, você deve pensar naquilo que é honesto e fazê-lo.
Por exemplo, seja honesto em contar suas vitórias, como as suas derrotas, seus sucessos, como seus fracassos. Uma criança que tem a ideia falsa de que seus pais são perfeitos não está preparada para a derrota, para a falha e o fracasso. Seja honesto, não exija de seus filhos, esposa ou marido algo que eles não são ou não podem dar. No entanto, ame-os como eles são e veja neles o que há de positivo e ressalte o melhor neles.
Orar de forma mais adequada por minha família como disse um dos discípulos de Jesus – “Senhor, ensina-nos a orar” (Lucas 11:1). Por quê digo isto? Porque as orações são basicamente da seguinte maneira: “Senhor, ajuda meu filho a ser um bom menino. Mude suas atitudes, Senhor. Ajuda-o a receber uma porção maior do amor divino. Que ele possa ser mais agradável em todas nossas ralações de família. Ajuda-o a ser obediente”.
E pela esposa ora-se assim: “Senhor, dê forças à minha esposa em todos os seus afazeres em nosso lar. Que ela tenha paciência com as crianças”. E pelo marido e pai: “Senhor, ajuda meu marido para que ele não perca o emprego. Oh Deus, faz dele um marido mais preocupado com o futuro de nossos filhos e que ele termine a reforma dessa casa, pois não aguento mais essa bagunça”.
Este tipo de oração revela imaturidade espiritual de nossa parte. Nós idealizamos um tipo de filho, esposa, esposo e começamos orar a Deus para que ele os transforme naquilo que desejamos. Nossa oração deve passar a ser: “Obrigado Senhor, porque tu me aceitas como eu sou. Ajuda-me a aceitar as pessoas que eu amo como elas são”. Pare de pedir que Deus mude as pessoas e comesse a pedir que ele te mude.
Faça orações de agradecimento por cada membro de sua família. E, com certeza, com o passar do tempo, eles serão muito melhores do que são hoje.
Ter mais comunhão com minha família (Atos 2:42-47). Na semana normal de cada pai há 168 horas. Ele provavelmente trabalha 44 horas, gaste outras 15 horas para o tempo de ida e volta, e gaste ainda umas 56 horas de sono. Isto deixa ao pai 52 horas por semana para usar em qualquer outra coisa. Quantas são realmente despendidas com a família. Um grupo de 300 alunos do oitavo e nono ano, fizeram uma pesquisa detalhada de quanto tempo o pai passa com o filho. A média foi de 7 minutos.
Em época de quarentena, aproveite o tempo praticando a comunhão familiar, tendo tempo um para o outro; conversar em torno da mesa; fazendo jogos em que todos possam participar; orando por eles e com eles.
Talvez você não conheça aquela história do garoto que pergunta para o pai: – Pai quanto o senhor ganha por hora?, – Isto nem sua mãe sabe, não me amole, estou cansado, responde o pai.
O filho insiste: – Mas, papai, por favor, diga, quanto o senhor ganha por hora? – Vinte reais, o pai responde resmungando. – Então, papai, o senhor poderia me emprestar um real? – Ah, essa era a razão de querer saber quanto eu ganho? Vá dormir e não me amole mais! Depois de algum tempo, o pai começou a pensar no que havia acontecido e sentiu-se culpado. Talvez, quem sabe, o filho precisasse comprar algo.
Com a consciência pesada o pai foi até o quarto do menino e, em voz baixa, perguntou: – Filho está dormindo?, – Não, papai! Responde o garoto com a voz tremula e sonolenta. Diz o pai: – Olha aqui está o dinheiro que me pediu: um real. – Muito obrigado, papai!, disse o filho, levantando-se e retirando mais dezenove reais de uma caixinha que estava sob a cama. – Agora já completei, papai! Tenho vinte reais. Poderia me vender uma hora de seu tempo?
Animar mais as pessoas, distribuindo elogios. Preste bastante atenção nas palavras elogiosas do Senhor Jesus – “E ele lhe disse: ‘Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás autoridade'” (Lucas 19:17) -, pois tenho certeza que tem coisas (talvez pequenas) que nossos amados fazem que são dignas de elogio.
Dê mais atenção a pequenas coisas – “Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam” (Mateus 6:26-28).
As pequenas coisas criam ou desfazem boas relações, fortalecem ou abalam o sentido de unidade e amor. As palavras “eu te amo” e “sinto muito” enriquecem tanto quem diz como quem ouve, ao passo que sua ausência pode causar uma frieza que perdura. Contudo, existem duas frases que devem ser eliminadas do nosso vocabulário por serem desleais: “você sempre” e “você nunca”.
Pergunta: As pequenas coisas são importantes? Sabe como os oceanos são formados? De gotas de água. Sabe como as montanhas são formadas? De minúsculos grãos de areia. Os lares felizes são formados de pequenas coisas, feitas com amor e dedicação.
Mostre aos filhos que pertencem à família e têm real valor para ela, perceba a declaração mais importante que o General de guerra e conquistador Josué fez sobre sua família – “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24:15). Uma família unida pode superar qualquer obstáculo na vida.
Falar de Deus de forma mais íntima e pessoal aos meus filhos. A declaração de Jó ilustra bem o ponto – “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêm os meus olhos” (Jó 42:5). Quanto mais se ama a Deus, mais se ama cada membro da família do jeito que cada um deve ser amado.
De que modo se pode apresentar nosso glorioso Deus de forma mais íntima e pessoal? Observando a sua criação: contemplando com a família o pôr do Sol; admirando as estrelas no céu; ouvindo a doce melodia dos pássaros; o contraste da terra e da água; a primavera; pensando juntos como Deus ensina um pássaro a forrar seu ninho para o conforto de seus filhotes. Assim pode-se chamar a atenção para o infinito cuidado, amor e provisão de Deus. Leia as Escrituras para os seus filhos relacionando-a com a vida deles.
Por fim, quero apresentar o comparativo de duas famílias. Certa vez, alguém traçou a descendência do pastor Jonathan Edwards e a de um ateu que viveu na mesma época (1703-1758) nas colônias da América do Norte. O resultado foi surpreendente.
Dos descendentes de Jonathan Edwards – pastor e teólogo -, temos 13 professores universitários; 3 senadores; 30 juízes; 100 advogados; 75 oficiais militares; 100 pregadores ou missionários; 60 autores conhecidos; 1 vice-presidente do país; 80 oficiais públicos; 295 formados por faculdades; alguns governadores de Estado; um total de 1394 descendentes que não custaram nada ao governo.
Dos descendentes de Max Jukes – ateu -, 310 morreram pobres; 150 eram criminosos; 7 homicidas; 100 alcoólatras; mais da metade das mulheres eram prostitutas; totalizando 540 descendentes que custaram ao estado US$ 1.250.000 (David J. Merkh. 1997, p.17).
Por Alexandre Dutra
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